segunda-feira, 25 de março de 2013


Analgesia epidural obstétrica

O bloqueio epidural é uma técnica que pode proporcionar analgesia durante o parto eutócico ou 
anestesia na cesariana, consoante o tipo, dose e concentração dos fármacos que são introduzidos
 no espaço epidural.

É realizada no espaço intervertebral na região lombar, geralmente entre L2 e L5. O cateter epidural,
 é colocado com a grávida na posição de sentada com curvatura do tronco ou em decúbito lateral, e
 permanece no espaço epidural para administração do agente anestésico e/ou analgésico, em 
administrações que podem ser repetidas de 3 em 3 horas repetidas ou perfusão contínua.

Com vista a diagnosticar atempadamente alguma complicação que possa surgir, é feita uma monitorização 
contínua de determinados parâmetros, idealmente pressão arterial, oximetria de pulso e frequência cardíaca fetal.

Efeitos no trabalho de parto

Não há nada que prove que a dor de parto seja benéfica para a grávida ou para o feto. Pelo contrário, 
stress, a ansiedade e a dor produzem, através de reflexos medulares, alterações na homeostasia materna,
 e hiperventilação, que determinam uma diminuição da oxigenação e da estabilidade cardiovascular materna, com 
significativas repercussões fetais.
A analgesia epidural constitui o método mais eficaz de alívio da dor em todas as fases do parto. Utilizada
criteriosamente é a técnica que produz menos efeitos secundários sobre a fisiologia materna e fetal. 
Tem como objectivo proporcionar o alívio da dor sem produzir um bloqueio motor significativo, já que interessa manter 
a parturiente colaborante durante o parto. Continua a ser controverso e fonte de numerosos trabalhos de investigação se a analgesia epidural prolonga o trabalho de parto e se aumenta o número de partos instrumentados (fórceps e ventosas) e de cesarianas.


Vantagens

A parturiente mantém-se colaborante durante o parto, especificamente no período expulsivo, 
melhorando o ambiente na sala de partos. 
Ao aliviar a dor favorece uma boa perfusão útero-placentária. Outro aspecto positivo é o facto de
 poder ser usada para anestesia em caso de cesariana, sendo assim minimizados os riscos associados a uma anestesia geral.

Contra-indicações

São contra-indicações absoluta para uso da epidural a recusa pela parturiente, a hipotensão acentuada ou hemorragia grave,  as perturbações da coagulação, as infecções sistémicas ou no local da punção e o sofrimento fetal
com indicação para cesariana urgente, pelo tempo de execução técnica e de instalação do bloqueio. 
São contra-indicações relativas o uso de heparinas de baixo peso molecular, aspirina ou
 outros anti-agregantes plaquetares certas cardiopatias congénitas algumas deformidades 
da coluna vertebral e os casos de obesidade mórbida, estes últimos pela dificuldade de execução técnica

Complicações/ Efeitos secundários

Os efeitos mais vulgarmente associados a este tipo de analgesia podem relacionar-se com a técnica, a parturiente ou o parto e são quase sempre de carácter transitório e sem sequelas.
Os mais frequentes e clinicamente relevantes são:
Analgesia ineficaz ou incompleta
Hipotensão arterial materna – É o efeito secundário mais frequente, embora por regra sem gravidade e de fácil controlo.
Cefaleias – Podem ocorrer por jejum prolongado, hidratação insuficiente ou punção acidental da duramater, Esta complicação
 é habitualmente autolimitada, mas por vezes muito incapacitante, com duração de dias a poucas semanas. Exige repouso no leito,
 hidratação endovenosa e beneficia do uso de analgésicos e/ou cafeína.
Náuseas e vómitos – Ocorrem com alguma frequência. Devem-se ao jejum prolongado, estimulação visceral do trabalho 
de parto, hipotensão.
O tratamento consiste na promoção de uma boa oxigenação, elevação da pressão arterial.
Lombalgias – Cerca de 44% das mulheres queixam-se de «dores de costas» após o parto. Contudo, demonstrou--se que muitas 
destas queixas são erradamente atribuídas à punção epidural. Mais, muitas mulheres que não foram submetidas a este
 tipo de analgesia descrevem lombalgias.
Tremores –Podem ser intensos, mas de curta duração. A sua incidência é de cerca de 30%.
Prurido – É frequente. Sabe-se ser induzido por opiáceos, apesar de o mecanismo não ser totalmente conhecido.
Retenção urinária – Surge por hipertonicidade do esfíncter e atonia vesical, sendo mais frequente quando se usam opiáceos.
Complicações hemorrágicas – Por punção vascular (veia epidural) durante a introdução da agulha ou do cateter, 
o que ocorre com uma incidência de cerca de 1%.
Parestesias – Por traumatismo directo dos nervos raquídeos, quando da introdução do cateter, o que produz um
efeito sensitivo e limitado ao território de distribuição. São geralmente reversíveis, desaparecendo 
espontaneamente. A sua incidência é inferior a 1/10000.8
Reacções tóxicas aos agentes anestésicos – São possíveis, embora pouco frequentes.

A analgesia epidural obstétrica veio trazer novas concepções sobre a assistência ao parto, humanizando-o.
 Constitui o método mais eficaz de alívio da dor, não só durante o trabalho de parto, como também no o
 que pode evitar perturbações emocionais na puérpera, passíveis de afectar a relação mãe- -filho. 
De facto, ocorre alívio significativo das dores em quase todas as mulheres, com alívio completo 
na maioria dos casos. Apenas uma pequena percentagem não sente qualquer diminuição
das dores. É um facto que a epidural parece diminuir ligeiramente a actividade uterina no período 
expulsivo e assim poderá favorecer o aumento do número de partos instrumentados, mas
considera- se que não aumenta o número de cesarianas.
 Por outro lado, mantém a parturiente colaborante durante o parto, podendo mesmo
 melhorar a dinâmica do parto, pelo alívio da dor e da ansiedade, que só por si provocariam 
efeitos prejudiciais sobre a parturiente e o feto. A técnica tem poucas contra- -indicações, 
às quais se contrapõem algumas situações que comprovadamente beneficiam com a sua utilização. Utilizada
 criteriosamente produz efeitos secundários pouco frequentes,. A maioria das complicações são autolimitados ou de fácil correcção com terapêutica médica, portanto quase sempre sem sequelas. A decisão do seu uso deve ser
tomada de forma consciente e ponderada, o que só é possível se  as utentes grávidas forem informadas
atempadamente, durante as Consultas de Vigilância em Saúde Materna.






terça-feira, 5 de março de 2013

A musicoterapia é um processo que permite os pais comunicarem com filhos, mesmo antes deles nascerem. A música é, por isso, uma excelente forma de transmitir harmonia. Consegue transmitir emoções a todos nós, quer se seja novo ou velho. Há músicas que pela sua essência conseguem modificar o estado de espírito de qualquer um, enquanto outras passam completamente ao lado. Com os bebés e os fetos passa-se exactamente a mesma coisa, pois a música consegue transmitir-lhes sensações de paz e harmonia.

A musicoterapia é uma forma de alcançar o bem estar psicológico das crianças. Os fetos ouvem tudo o que se passa no exterior do corpo da mãe. As vozes e as sensações da mãe são automaticamente passadas para eles, por isso, a mãe e o pai devem ter o cuidado de nos meses de gravidez começar logo a transmitir-lhes emoções através da música.
Contudo, e quando colocar uma música para si e para ele, não o deve fazer sem ter a certeza da sua escolha. Escolher um disco aleatoriamente e pô-lo a tocar não vai produzir nenhum efeito, ou pelo menos não vai trazer qualquer consequência positiva. É necessário ouvir um disco que, e de alguma forma, consiga transmitir sensações à mãe, para as mesmas serem transferidas para o bebé. Lógico, que não pode ser um disco do tempo em que era jovem e ía para as discotecas.

A harmonia da música é fundamental. Deve ser escolhida uma música calma, melódica e sem grandes discrepâncias na sonoridade. Uma boa opção é a escolha de música clássica, desde que a mesma mantenha sempre a mesma linha e não tenha mudanças bruscas. A música pode ser toda ela utilizada no âmbito terapêutico, mas existem músicas que pela sua agressividade de som ou voz podem não conseguir alcançar os objectivos desejados e propostos de início. Você pode gostar muito de rock, mas para o bebé, e ainda que lhe esteja a transmitir a sua sensação positiva da música, não é a melhor alternativa.

Aquilo que o feto ou o bebé mais precisam é de harmonia e de equilíbrio emocional. Mais tarde, a criança começa a gostar e a apreciar outro tipo de músicas. Preferem músicas mexidas e divertidas que os façam pular e saltar livremente. Os pais podem também dançar com eles ou dançar para eles, e assim a família acaba toda por divertir-se ao som da música.

Os sons musicais funcionam como um meio de comunicação e de união entre os pais e o bebé. Esta é uma forma de começar a transmitir sensações e sentimentos aos mais novos, de maneira simples e facilmente entendível por eles. O importante é que os pais sejam receptivos à música para criar com o filho o tal estado de interligação musical. Viva a música e sinta-a na sua forma mais pura, como forma de aproximar as suas sensações do seu filho.

Como uma importante forma de comunicação, a música serve para relaxar e ter efeitos para as crianças adormecerem, através de melodias meticulosamente escolhidas pelos pais para esse efeito. A musicoterapia é um importante caminho para se começar a comunicar com ele, ainda antes do bebé nascer. Saiba escolher a música e delicie-se com a mesma. O seu filho vai sentir essa sensação, tal e qual como você...